Tradescantia zebrina: saiba sobre a erva lambari e seus benefícios

Planta lambari cobrindo o solo

Família - Commelinaceae Mirb.

Gênero - Tradescantia L. emend. M. Pell.

Nome científico - Tradescantia zebrina Heynh. ex Bosse

Alguns sinônimos (nomes anteriores) - Commelina zebrina, Tradescantia pendula, Tradescantia tricolor.





A espécie Tradescantia zebrina possui alguns nomes populares que variam conforme as regiões, portanto ela pode ser conhecida como lambari, lambari-roxo, trapoeraba-zebrina, trapoeraba-roxa, judeu-errante, entre outros nomes. Em outros países latino-americanos pode ser chamada de doradilla, hoja de cucaracha e matalí.


Essa erva é um tipo de trapoeraba, ela pertence a mesma família botânica de outras plantas chamadas popularmente de trapoeraba, como as espécies Commelina diffusa e Commelina benghalensis, ambas já publicadas aqui no blog @NossaFloraNossoMeio. Porém o lambari possui algumas características de fácil distinção entre as demais. As suas folhas são variegadas, na face superior são verdes com duas manchas prateadas ou acinzentadas e longitudinais; já na face inferior são arroxeadas.




Erva invasora



A trapoeraba-zebrina ou lambari é uma erva originária do México, América Central e Colômbia. Além disso, ela foi introduzida em outras partes do mundo e hoje é encontrada em vários outros países, como aqui no Brasil. Por aqui, essa erva foi introduzida para fins ornamentais e hoje já pode ser vista como uma espécie invasora em ambientes silvestres, como em bordas de remanescentes florestais da Mata Atlântica e nos outros biomas brasileiros. Portanto o lambari é uma erva invasora que pode afetar ambientes naturais, pois ela forma uma densa cobertura do solo que prejudica por competição as espécies nativas e até inibi a germinação de sementes.




Cultivo



Por outro lado, a erva lambari pode criar um belo aspecto quando cultivada de forma controlada nos jardins. Ela pode ser usada no pé de árvores para fazer um coroamento; também pode ser utilizada em maciços, quando se utiliza uma espécie em áreas maiores formando um grande adensamento; ou como bordadura ao longo de caminhos; e até mesmo em vasos de plantas. O ideal é que seja cultivada a meia sombra, é nesse ambiente que a planta mais se adapta e apresenta melhor aspecto. Deve ser evitado o cultivo da erva lambari em regiões que ocorrem geadas, pois ela é uma planta de clima tropical e pode não ser tolerante a essas condições climáticas.




Benefícios



Além de planta ornamental, o lambari ainda possui o benefício de servir como planta alimentícia e medicinal. Essa planta é utilizada em algumas regiões mexicanas, como em Tabasco, onde se utiliza o lambari para fazer uma bebida tônica e refrescante. Inclusive essa bebida já fez parte do cardápio de um jantar entre líderes dos países norte-americanos que foi realizado em 2023 no Palácio Nacional do México.


A bebida chamada água de matalí é feita com maços da erva lambari (Tradescantia zebrina), as folhas e talos são fervidos em água, tipo um chá, depois é coado e adicionado limão. Essa bebida é servida gelada e, além de ser saborosa e refrescante, possui cor rosada o que lhe confere um belo aspecto.


Quanto as suas propriedades, essa espécie é considerada uma planta medicinal por povos de comunidades indígenas e rurais de alguns países. Registros etnobotânicos apontam usos dessa erva no México, Jamaica, Caribe, Guatemala, Filipinas e até na China.


Nesses países a erva lambari serve para tratar casos de infecção urinária, processos inflamatórios do corpo, dores, gastrite, cólicas, má digestão, resfriados, conjuntivite, tuberculose, pressão alta, diabetes, inchaços, hemorroidas e problemas de pele. No entanto, o lambari possui oxalato de cálcio, um composto que pode causar alguma intolerância e reação alérgica em pessoas sensíveis a essa substância. Sendo assim não é recomendável o uso e consumo dessa planta crua, já quando ferventada os níveis de oxalato de cálcio diminuem drasticamente e não oferecem riscos.


Alguns poucos estudos foram realizados para comprovar as propriedades medicinais do lambari-roxo. Foi constatado que os extratos da planta em diferentes soluções apresentaram atividades: antioxidante, anti-inflamatória, analgésica, anticancerígena contra 2 linhagens celulares, antidiabética e atividade antiacetilcolinesterase (atividade que reduz enzima associada a doenças neurodegenerativas). Porém esses estudos são incipientes, foram realizados com células in vitro e em animais, portanto necessitam de outras fases para averiguar dosagens e contraindicações que assegurem o uso para algum tratamento de forma responsável.



Assista ao vídeo abaixo para saber mais sobre a erva lambari ou trapoeraba-zebrina:




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