Família - Malvaceae Juss.
Gênero - Malvastrum A. Gray
Nome científico - Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke
Sinônimos (nomes anteriores) - Malva coromandeliana, Malva tricuspidada, Malvastrum tricuspidatum, Malveopsis coromandeliana.
Malvastro
O malvastro é uma planta nativa do Brasil e de outros países das Américas, pois ela é originária desde parte da América do Norte, passando pela América Central, até a América do Sul. Além de sua distribuição nativa, hoje o malvastro encontra-se distribuído como espécie invasora e daninha em várias regiões tropicais e subtropicais do mundo.
Entre os nomes populares, aqui no Brasil, além de malvastro, essa planta pode ser conhecida como vassourinha (por ser utilizada para varrer quintais caipiras), falsa-malva, planta relógio (devido ao horário que suas flores se abrem e se fecham) e guanxuma. Porém guanxuma é um nome genérico dado a várias plantas da família Malvaceae e que possuem algumas semelhanças, portanto, existem outros tipos de guanxuma, como as espécies Sida spinosa, Sida planicaules, Sida rhombifolia, Sida acuta, entre outras.
Em outros países latino-americanos ela pode ser conhecida vulgarmente como escobillo, maleza, malvón, malvavisco, entre outros nomes. E em países de lingua inglesa pode ser chamada de threelobe false mallow, devido as três brácteas por baixo do cálice da flor que a planta possui.
Para que serve o malvastro
O malvastro é reconhecido popularmente como uma planta medicinal em vários países, esse tipo de guanxuma e usado desde muito tempo por tribos indígenas das Américas e de outras partes do mundo, essa planta também é recomendada pela medicina ayurvédica, a medicina tradicional e milenar indiana. Levantamentos etnobotânicos constam que o malvastro serve aos usos populares para o tratamento de problemas leves de saúde, como tosse, dor de garganta, resfriados, febre, cicatrização de feridas, gastrite, disenteria, artrite, problemas pulmonares, problemas de fígado, alopecia, entre outros. Com as raízes e caule do malvastrum são feitos decocto para banhos, e com as folhas e flores são feitos cataplasma e infusos (chá).
Já quanto as propriedades medicinais do malvastro, vários estudos já foram realizados com a planta e foram confirmadas diversas ações terapêuticas, no entanto, são estudos realizados com animais ou com células in vitro, sendo assim, os resultados servem como base para o desenvolvimento de novos medicamentos com os compostos da planta e não propriamente para incentivar tratamentos caseiros, pois ainda devem ser feitos estudos clínicos com pacientes. Veja a seguir as principais propriedades do malvastro.
Propriedades medicinais do malvastro
• antioxidante (Devi & Kumar; 2018);
• anti-inflamatória (Aderogba e outros cientistas; 2019);
• analgésica (Brupesh e outros; 2016);
• cicatrizante (Panitchakorn; 2006);
• estimulante do sistema imunológico (Balekar e outros; 2013);
• redutor da hipertensão (Vermeersch e outros; 1972);
• antidiabética (Khonsung e outros; 2006);
• redutor do colesterol total, HDL e triglicerídios (Deore e outros; 2011);
• antidiarreica (Balekar e outros; 2014);
• antitireoide (Panda & Kar; 2016);
• antitumoral (Pandey & Dubey; 1992);
• vermicida (Annavarapu e outros; 2021);
• antifúngica (Yadav e outros; 2020); e
• antibacteriana (Liu e outros; 2019).
Estudos também foram realizados para averiguar a toxicidade do malvastro e, segundo Attawish e outros cientistas, o extrato aquoso da planta não causou efeitos tóxicos em ratos que receberam doses de até 20g/kg durante 60 dias.
Características do malvastro
Para reconhecer o malvastro é importante observar alguns detalhes, já que suas pequeninas florzinhas são parecidas com as de algumas guanxumas e podem causar confusão. Veja a seguir as principais características do Malvastrum coromandelianum.
Hábito — planta anual de porte subarbustivo, geralmente entre 60 a 100 cm de altura.
Caule — cilíndrico, ereto e piloso, verde quando jovem, acastanhado e lenhoso em plantas mais velhas.
Folhas — simples, pecioladas (com cabo de sustentação), se distribuem de forma alterna espiralada, possuem pelos em ambas as faces, possuem formato ovado ou oval-lanceolado, possuem margem dentada, a base do pecíolo (cabo da folha) possui 2 projeções lanceoladas, chamadas de estípulas e que medem até 5 mm de comprimento.
Inflorescência — axilar ( na axila das folhas), com flor solitária.
Flores — possuem epicálice com 3 bractéolas lanceoladas a lineares, e cálice com 5 sépalas verdes (folhas modificadas) fundidas na base e pubescentes (com pelos). As 5 pétalas são amarelo-pálidas, obovadas e assimétricas no ápice. As flores são bissexuais, permanecem abertas por um curto período do dia, elas se abrem no início da tarde e se fecham por volta das 16:00 horas.
Frutos — fruto seco do tipo esquizocarpo, com pequeninas partes chamadas de mericarpos, cada mericarpo contém uma minúscula semente em forma de rim marrom-avermelhada.
Dispersão — as sementes do malvastro podem ser dispersadas por ação humana, por exemplo quando seus ramos são utilizados para fazer vassoura caipira, mas também por meios naturais, como queda espontânea e quando consumida por pássaros — em ambiente urbano o pardal é comumente visto em meio aos ramos da planta procurando por suas sementes.
De baixo para cima: o epicálice com três bractéolas lanceoladas; o cálice com sépalas oval-triangulares; e as pétalas amarelas |
Obs.; Publicação meramente informativa sobre a descrição botânica, usos populares e propriedades do malvastro reconhecidas por meios laboratoriais. Para tratamentos o recomendado é sempre buscar orientação de um especialista em saúde.
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