Lepidium virginicum: uma erva comestível e picante

Família - Brassicaceae Burnett

Gênero - Lepidium L.

Nome científico - Lepidium virginicum L.

Lepidium virginicum é uma erva originária da América do Norte, América Central e Caribe, hoje encontra-se introduzida em partes da América do Sul, Europa, África, Ásia e Oceania.

Lepidium virginicum possui alguns nomes populares e pode ser conhecida no Brasil como, mastruço, mastruço-de-galinha, mentruz, mentrusto, agrião-de-jardim, agrião-do-mato; e em outros idiomas como mastuerzo, lentejuela, lentejilla de campo (espanhol); peppergrass, virginia pepperweed, virginia peppercress, poor man's pepper (inglês), entre outros.

O mastruço ou mentruz é uma erva ruderal, pois nasce nos jardins, em áreas de cultivos agrícolas, terrenos baldios, beiras de estradas e em pastagens. Ela se desenvolve tanto em solo seco quanto úmido, tanto arenoso quanto argiloso, e preferencialmente a sol pleno ou meia sombra.

Mastruço ou mentruz: pra que serve?

Entre os benefícios, o mastruço serve ao uso popular como hortaliça, inclusive essa erva (Lipidium virginicum) é listada como planta alimentícia em sites governamentais de alguns países e em obras literárias referentes ao assunto. As suas  folhas são preparadas em saladas ou refogadas e possuem sabor ardente similar ao agrião e mostarda, plantas que pertencem a mesma família botânica. Os frutinhos verdes são usados como condimentos em molhos e ensopados e também são picantes. Entre as suas fontes nutricionais constam proteínas, ferro, vitamina A e C.

Outra utilidade do mastruço-de-galinha é que essa erva serve como planta medicinal, com ela são feitos usos para auxiliar no tratamento de tosse, asma, gastrointerite, cólicas, diarreia, dores, contusões, problemas de pele, entre outros. Alguns estudos foram realizados com os extratos vegetais de Lepidium virginicum afim de avaliar as suas propriedades medicinais, entre as quais os pesquisadores confirmaram as ações:

• anti-inflamatória (Munõz e colaboradores, 2022);
• antibacteriana e antifúngica (Sirag e colaboradores, 2009);
• vermífuga — raízes (Caízada e colaboradores, 2003);
• diurética (Rodriguez e Peláez, 2000); e
• anticancerígena — contra linhagens celulares de câncer de cólon (Chae e colaboradores, 2011).

Quanto a toxicidade, em um estudo realizado em Cuba, não foram encontradas evidencias tóxicas nos animais testados com os extratos da planta em doses de  até 2.000mg/kg de peso.

Características do mastruço-de-galinha

Hábito — planta ereta com porte de erva ou subarbusto, entre 20 a 50 cm de altura.

Caule — cilíndrico, com ramificações ascendentes e de cor verde.

Folha — as folhas se distribuem de forma alterna espiralada; são glabras ou com pelos não percebíveis; são de cor verde e com nervura principal saliente na face inferior; possuem forma oblanceolada a lanceolada e até linear; as folhas basais são liradas, serradas ou dentadas; as folhas apicais apresentam margem quase inteira, com poucos dentes.

Inflorescência — racemo axilar que se desenvolve com flores no ápice.

Flor — flores diminutas e pediceladas, possuem 4 pétalas brancas e cálice com 4 sépalas ovadas e verdes.

Fruto — frutos se desenvolvem ao longo do ramo, lembrando uma escova de garrafa; possuem forma discoide, são síliquas arredondadas e planas; possuem um entalhe no ápice e medem de 3 a 4 mm de diâmetro; possuem cor verde quando imaturos e amarronzada na maturação; eles se dividem em duas partes, cada qual com uma semente.

Semente — as sementes são duas por fruto, geralmente com forma ovalada e cor alaranjada.

Dispersão — as sementes se auto-dispersam próximo a planta mãe e também são dispersadas por pássaros.

O mastruço pode apresentar folhas com formas variadas ( da esquerda/direita — folha basal, mediana e apical)

Aspecto geral da planta

Assista ao vídeo sobre o mentruz: