Nome científico - Gymnanthemum amygdalinum - (Delile) Sch. Bip. ex Walp.
Sinônimos (nomes anteriores) - Vernonia amygdalina, Vernonia condensata
Gênero - Gymnanthemum - Cass.
Tribo - Vernonieae - Cass.
Família - Asteraceae - Berchet. & J. Presl
Gymnanthemum amygdalinum é uma espécie conhecida popularmente como boldo-alumã, boldo-baiano, boldo-goiano, boldo-indígena, boldo-africano, boldo-grande, boldo-de-árvore, boldo-do-mato, árvore-do-pinguço, estomalina e figatil. Em outros idiomas pode ser conhecida como hoja amarga (espanhol) e bitter leaf (inglês).
Embora seja amplamente dispersada por várias regiões do Brasil e chamada de boldo-baiano, essa espécie é originária da África Tropical e foi introduzida, acredita-se que pelos escravos, na época colonial. Hoje pode-se dizer que esse boldo é uma espécie naturalizada tamanho a sua dispersão natural.
Características do boldo-alumã ou boldo-baiano
Folha do boldo-do-mato |
Hábito - arbusto ou arvoreta de até 6 metros de altura.
Caule - cilíndrico, delgado, acinzentado e com muitas lenticelas.
Folha - simples, peciolada, com filotaxia alterna espiralada, limbo elíptico a ovado, glabro a puberulento, possui margem dentada ou inteira e textura membranácea.
Inflorescência - panícula corimbiforme e terminal; possui capítulos com 5 séries de brácteas involucrais verdes e com pilosidade na margem.
Flores - possuem corola tubulosa e esbranquiçada, exalam aroma adocicado; o florescimento ocorre em junho (RJ).
Frutos - cipselas e se dispersam pelo vento.
Benefícios e propriedades do boldo-baiano
Capítulos com brácteas bem definidas |
O boldo-baiano ou boldo-alumã é reconhecido como uma planta medicinal e serve para tratar diversas afecções de saúde, entre elas: febre; tosses; diarreia; problemas digestivos; problemas de vesícula; problemas do fígado; como laxante; contra malária, esquistossomose e vermes intestinais; contra diabetes, colesterol alto e contra os efeitos posteriores de bebidas alcoólicas.
Um fato curioso sobre o boldo-baiano é que pesquisadores observaram que chimpanzés da Tanzânia mastigam os brotos dessa planta para sugar o sumo, porém somente quando estão com muita verminose e abatidos de saúde, de fato a planta possui propriedade antiparasitária já confirmada por estudos científicos.
Entre os compostos bioativos de Gymnanthemum amygdalinum estão flavonoides, alcaloides, taninos, terpenos, esteroides, saponinas, glicosídeos e lactonas sesquiterpênicas, Todos esses compostos exercem alguma função medicinal e por isso nos extratos do boldo-baiano foram encontradas as seguintes propriedades terapêuticas:
- antioxidante (Igile e colaboradores, 1994);
- anti-inflamatória (Setiani, 2020);
- anti-hipertensiva (Ajibola, 2011);
- antitrombose (Awe e colaboradores, 1998);
- antitumoral (Kupchan e colaboradores, 1969);
- hepatoprotetora (Iwalokun e colaboradores, 2006);
- hipolipidêmica (Adaramoye e colaboradores, 2008);
- hipoglicemiante (Atangwho e colaboradores, 2010);
- anti-helmíntico (Tadesse e colaboradores, 1993);
- antibacteriana (Ibrahim e colaboradores, 2008); entre outras.
Toxicidade do boldo-alumã ou boldo-baiano
Alguns estudos de toxicidade foram realizados com os extratos desse boldo do mato e não apresentaram sinais adversos que indicam alta toxicidade, como o realizado por Eyong e sua equipe (2011), em que ratos foram tratados com extratos por 28 dias sem a constatação de danos nos parâmetros sanguíneos.
Em outro estudo, os cientistas Challand e Wilcox (2009) também não encontraram efeitos colaterais significativos nos pacientes portadores de malária e tratados com a infusão das folhas. Ainda assim, o uso sob a forma de chá não é recomendado para grávidas por falta de estudos para essa condição.
Obs.: A publicação tem caráter meramente informativo sobre a descrição botânica e suas propriedades confirmadas cientificamente. Para tratamentos o correto é sempre buscar orientação com um profissional da saúde.
Boldo-baiano possui porte de arvoreta |
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