Espécie - Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. DC.) Mattos
Família - Bignoniaceae Juss.
Gênero - Handroanthus Mattos.
Sinonímia (nomes anteriores) - Tabebuia impetiginosa, Handroanthus avellanedae, Tecoma impetiginosa, etc.
Origem - nativa do Brasil
No Brasil existem duas espécies nativas e distintas de ipê-roxo, mas ambas com flores da mesma cor, portanto é necessário a identificação botânica para saber sobre a espécie avistada, que pode ser a de nome científico Handroanthus impetiginosus ou a espécie Handroanthus heptaphyllus. A espécie Handroanthus impetiginosus, referente a essa publicação, possui faixa nativa que se estende do México a Argentina, e no Brasil essa espécie ocorre de forma nativa da região Norte a Sudeste.
O ipê-roxo também é chamado de ipê-bola, piúva, pau-d'árco e ipê-rosa, porém não deve ser confundido com o ipê-rosa-de-el-salvador (Tabebuia rosea), uma espécie exótica (não nativa) que é muito utilizada na arborização urbana de algumas cidades brasileiras, uma diferença é que o ipê-de-el-salvador floresce em setembro e as flores possuem tonalidade rosa-claro, além disso muitas vezes ocorre sem perder totalmente as folhagens, ao contrário dos ipês nativos do Brasil.
A florada do ipê-roxo ocorre entre junho e julho (região sudeste) e causa grande encantamento devido a árvore estar totalmente despida da sua folhagem e somente com cachos de flores por toda sua copa. A cor das flores do ipê-roxo são magenta e não propriamente roxa, possui tonalidade que varia entre nuances de rosa-escuro a próximo ao roxo. A diferença de tonalidade que pode ser vista entre árvores de ipê-roxo é devido a genética da planta, mas também por flores que vão envelhecendo, e ainda fatores climáticos que podem causar sensação ótica diferente da realidade, como temperatura, incidência solar e umidade do ar; por exemplo, flores vistas no alto da árvore em determinadas condições climáticas podem apresentar tonalidade um pouco diferente das que são vistas bem de perto e em menor altura.
Características do ipê Handroanthus impetiginosus
Uma flor do ipê-roxo ou rosa na senescência |
Hábito — árvore, geralmente com porte de até 15 metros de altura.
Caule — cilíndrico, reto a pouco tortuoso.
Casca — acinzentada, áspera e pouco fissurada.
Folhas — longo-pecioladas, compostas digitadas, possui 5 folíolos glabros ou pubescentes, elípticos, de consistência subcoriácea e com margem inteira.
Inflorescência — panículas terminais com formação de cachos de flores geralmente globosos, possui duração de até duas semanas.
Flores — possui corola tubular afunilada e de cor magenta (variações do rosa-escuro a próximo ao roxo) e, no interior, mancha amarela que funciona como guia de néctar para polinizadores, possui 5 lobos com margem sinuosa e irregularmente crenada, cada flor dura de 5 a 7 dias.
Frutos — Cápsulas cilíndricas e lineares.
Sementes — planas, marrons e com alas translúcidas.
Polinizadores do ipê-roxo ou rosa
Segundo estudo realizado por Schlindwein e colaboradores (2014), Handroanthus impetiginosus é polinizada por abelhas solitárias de médio e grande porte, essas abelhas são fortes o suficiente para passarem pelo tubo estreito da corola de flores novas e possuem língua comprida que alcançam o néctar de restrito acesso, com isso fazem a polinização cruzada entre flores de árvores distintas.
Propriedades terapêuticas do ipê-roxo
Segundo a literatura científica, o ipê-roxo ou ipê-bola serve para tratar alguns problemas de saúde, há relatos de usos na medicina popular dos extratos das suas cascas para auxiliar no tratamento de febre, infecções, problemas de pele, dores em geral, inflamações, malária, artrite e até contra picadas de cobras.
Estudos com extratos da espécie Handroanthus impetiginosus corroboram muitos desses usos populares, pois em suas cascas foram encontrados vários fitoquímicos que desempenham importantes propriedades medicinais, como glicosídeos, antraquinonas, quinonas, flavonoides, cumarinas, dialdeídos, iridioides e compostos fenólicos, e os testes in vitro e in vivo confirmaram as atividades:
- antioxidante (Lee e outros, 2012);
- anti-inflamatória (Silva e outros, 2022);
- analgésica (Silva e outros, 2022);
- antiartrite (Gwang e outros, 2017);
- anticolite (Jung e outros, 2017);
- antiobesidade (Iwamoto e outros, 2016);
- antimicrobiana (Sousa, 2017); e
- antitumoral (Woo e outros, 2006).
Aspecto geral do ipê-roxo |
Inflorescência em cachos globosos, por isso também é chamado de ipê-bola |
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