Alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia): saiba todos os seus benefícios e características

ramo florido do alecrim-do-campo em meio ao pasto com fundo desfocado
Capítulos com flores masculinas

Família - Asteraceae / Bercht & J. Presl
Tribo - Astereae / Cass.
Gênero - Baccharis / L.
Nome científico - Baccharis dracunculifolia / DC.
Origem - Nativa do Brasil



O alecrim-do-campo é um arbusto campestre de nome científico Baccharis dracunculifolia, essa planta ainda pode ser conhecida como alecrim-dourado, alecrim-do-brasil, alecrim-do-mato, alecrim-de-vassoura, vassourinha-do-campo, vassoura-branca.

O alecrim-do-campo é nativo do Brasil, sua faixa de ocorrência natural se estende por parte do Nordeste (Bahia), Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, onde é encontrado vegetando em áreas campestres, restingas, pastagens, entre outros ambientes.

Essa planta passou a ser muito valorizada devido aos vários benefícios que proporciona, destacando-se aspectos ecológicos, econômicos e medicinais.

Como aspectos ecológicos a espécie Baccharis dracunculifolia muitas vezes coloniza áreas em processo de regeneração natural. Essa planta é tolerante ao sol pleno, solos secos e pobres em nutrientes, com isso ela se desenvolve facilmente em áreas que já sofreram desmatamentos e auxilia proporcionando sombra e melhorando o solo para outras plantas que poderão surgir ao seu redor.

Ainda destaca-se que essa planta é uma importante fonte de recursos alimentares para vários insetos, principalmente para abelhas que coletam resina das suas brotações para produção de própolis (as folhas possuem tricomas que secretam resina).

Como aspectos econômicos e medicinais destaca-se o fato do alecrim-do-campo ser a fonte principal do chamado própolis-verde, um produto nacional produzido pelas abelhas e que é muito valorizado no mercado nacional e internacional. O própolis de alecrim-do-campo possui a cor verde por conter fragmentos de tecido foliar misturado a resina. A planta ainda serve como fonte para produção de óleo e compostos secundários utilizados pelos setores de cosméticos, farmacêutico e alimentício.

Destaca-se também que o alecrim-do-campo serve ao uso popular como planta medicinal. Com ela são feitos infusos, tinturas, extratos e banhos para auxiliar no tratamento de leucemia, problemas do fígado, úlceras gástricas, inflamações, má circulação, cicatrização de feridas, resfriado, gripe, febre, cansaço e como depurativo do organismo.

Tudo isso por essa espécie possuir em seu óleo essencial, compostos com importantes atividades terapêuticas já comprovadas cientificamente, como as ações: 

  • antioxidante;
  • anti-inflamatória;
  • gastroprotetora;
  • cicatrizante;
  • antinociceptiva (que diminui a sensação de dor);
  • anticáries;
  • antiparasitária (contra malária, leishmania e doença de chagas);
  • antiviral;
  • antimicrobiana; 
  • antidiabética; e
  • protetora dos rins, fígado e pâncreas.

Características do alecrim-do-campo


Flores femininas do alecrim-do-campo
Capítulos com flores femininas

Arbusto de 3 a 4 metros de altura, com caule lenhoso, estriado e muito ramificado.

As folhas são simples e se distribuem de forma alterna espiralada; são pequeninas, de 2 a 4 centímetros de comprimento por 4 a 9 mm de largura; possuem formato lanceolado; são glabras em ambas as faces; possuem tricomas tectores e glandulares; são uninérveas e com margem inteira ou pouco dentada.

A inflorescência ocorre em racemos de capítulos ou com capítulos solitários, sendo que a espécie é dioica, possui indivíduos somente com flores machos (estaminadas), ou com flores fêmeas (pistiladas).

Com o envelhecimento os capítulos vão passando da cor verde-clara para dourada, por esse motivo essa planta também pode ser conhecida como alecrim-dourado.

As sementes são dispersadas pelo vento em estruturas denominadas cipselas, essas cipselas contém um minúsculo fruto do tipo aquênio e cerdas esbranquiçadas.

*Curiosidades: Existe a música "Alecrim dourado", uma versão brasileira para a música folclórica de origem portuguesa "Alecrim aos molhos" que é referente ao alecrim do Mediterrâneo, uma planta cultivada em todo o mundo. A versão brasileira é referente ao alecrim-do-campo por apresentar capítulos florais envelhecidos na tonalidade dourada. Importante ressaltar que são plantas de gêneros e aspectos diferentes.
 

Como fazer mudas de alecrim-do-campo


Capítulos dourados com cipselas esbranquiçadas sobre fundo branco
Capítulos com cipselas de Baccharis dracunculifolia
 
Sementes de alecrim-do-campo devem ser colhidas antes da sua completa maturação, pois elas se dispersam rapidamente pelo vento. Ao colher alguns capítulos logo após o período de florescimento, as cipselas logo desabrocham e já podem ser semeadas.

A sementeira pode ser feita com areia lavada de rio (areia de construção) e após a semeadura deve ser mantida sempre irrigada. O surgimento das plântulas ocorre em 7 dias, em mais algumas semanas as mudas de alecrim-do-campo devem ser repicadas para saquinhos com terra para continuarem o seu desenvolvimento.


Assista ao vídeo sobre a planta alecrim-do-campo:




Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem

Anúncio

Fitoterápicos