Família - Verbanaceae — J.St.-Hil
Gênero - Stachytarpheta — Vahl
Nome científico - Stachytarpheta cayennensis — (Rich.) Vahl
Origem - Nativa do Brasil
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O gervão-roxo é uma planta que tem origem na America Latina; ela ocorre de forma nativa por vários países desde o México, passando pela América Central, até a América do Sul; entre eles o Brasil, onde a planta é encontrada em todas as regiões do país. Além da sua distribuição nativa, essa planta também foi introduzida em outros países e hoje ela é encontrada também nos outros continentes.
A planta também pode ser conhecida como erva-gervão, gervão-azul, gervão-do-campo, verbena-negra, rincão, falsa-verbena, chá-brasileiro, entre outros nomes.
O gervão-roxo é visto como uma planta medicinal por possuir várias propriedades terapêuticas e vem sendo utilizado desde longa data por povos indígenas até os dias atuais pela população em geral que hoje encontra a erva facilmente no mercado de fitoterápicos.
Uma outra utilidade dessa erva pode ser como planta ornamental para jardins já que a sua inflorescência é muito graciosa e delicada e ainda atrai borboletas e abelhas sem ferrão. Veja a seguir as suas principais características, propriedades medicinais e toxicidade.
Gervão-roxo: características
Flores do gervão-roxo |
Erva anual ou perene com porte de subarbusto ou pequeno arbusto, geralmente entre 40 cm a 1,50 m de altura; apresenta caule cilíndrico de cor parda a suavemente esverdeada; os ramos possuem tricomas imperceptíveis, são quadrangulares em sua extremidade e de cor arroxeada no lado de cima e verde por baixo.
As folhas são simples e arranjadas de forma oposta, possuem consistência cartácea, possuem tricomas em ambas as faces e com variações entre plantas (podem ser levemente ásperas ao tato ou quase lisas), são de formato ovado a oblongo, possuem margem crenado-serreada, base cuneada e em sua maioria ápice agudo.
A inflorescência apresenta-se na ponta dos ramos em longas espigas lineares e curvilíneas; as flores possuem 5 pétalas soldadas, são em tons azulados a arroxeados e com centro branco, ou raramente são brancas, medem 7 mm de diâmetro, se abrem pela manhã e caem pela tarde, o florescimento ocorre durante vários meses do ano mas com poucas flores por espiga ao dia.
Os frutos são esquizocarpos, são secos e se repartem em dois, medem 4 mm de comprimento e são de cor preta, possuem cálice persistente e podem ser colhidos assim que a espiga começar a secar.
Gervão-roxo: benefícios
As flores do gervão são atrativas para abelhas sem ferrão da espécie mandaçaia |
Além dos benefícios ecológicos de proporcionar alimento para abelhas e outros insetos, o gervão-roxo possui o benefício de servir como planta medicinal. Todas as partes dessa erva, principalmente as suas folhas e ramos, vêm sendo utilizadas na medicina popular de onde se tem a opinião que o gervão-roxo é bom para tratar diversos problemas de saúde, entre eles:
- gastrite; gases digestivos; prisão de ventre; parasitas intestinais; inflamações; alergias; problemas de pele; febre; gripe; tosses; insônia; diabetes e hipertensão.
Por conta desses usos populares e muitos deles provenientes do conhecimento indígena, a planta acabou despertando o interesse no meio científico afim de validar as suas propriedades biológicas e dessa forma aumentar as possibilidades de uso em formulações de novos medicamentos. E de fato vários estudos realizados em diferentes países confirmam que a espécie Stachytarpheta cayennensis possui compostos com muitas atividades medicinais, entre elas:
- antioxidante;
- anti-inflamatória;
- gastroprotetora;
- antiácida;
- laxante;
- hipoglicemiante;
- anti-hipertensiva;
- imunomoduladora;
- anticonvulsiva, sedativa e ansiolítica;
- antiasmática;
- antiparasitária;
- leishmanicida;
- antimalárica; e
- antimicrobiana.
Gervão-roxo: toxicidade
Aspecto das folhas do gervão |
O gervão-roxo é considerado uma planta não tóxica devido a vários estudos de toxicidade aguda não ter apresentado danos graves nos organismos de cobaias testadas e também mortalidade das mesmas.
Porém, um estudo realizado na Nigéria em 2019, avaliou a toxicidade aguda e também repetitiva dos extratos das folhas, onde os cientistas constataram alterações nos índices sanguíneos e danos nos rins e fígado dos ratos testados em diferentes dosagens e repetidas por vários dias.
Sendo assim, é sugerido pelos próprios cientistas que se faça uso dessa planta com cautela, evitando-se o uso prolongado por muitas semanas e doses elevadas.
Sobre contraindicações, o gervão não é recomendado para grávidas, pessoas que tem pressão baixa e ainda alérgicos ao ácido salicílico.
Obs; A página nossafloranossomeio não orienta quanto ao uso de plantas para fins medicinais, a postagem tem caráter meramente informativo, visando descrever sobre a espécie e as suas propriedades confirmadas cientificamente.
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